O musical cômico adaptado do romance homônimo de Machado de Assis é concebido como espetáculo solo. Brás Cubas é um defunto autor que conta sua trajetória de vida com a “pena da galhofa e a tinta da melancolia”, imprimindo ao espetáculo um clima fantástico, carnavalizado e moderno.
A peça prioriza a trajetória filosófica do personagem como metáfora de um Brasil da impunidade. É a conduta desse herói símbolo do homem burguês, sem escrúpulos e sem ética que revela a continuidade de um comportamento e de uma cultura brasileira em que o oportunismo e a moralidade continuam. Isso desde 1800, premiando aqueles que se vangloriam de desrespeitar qualquer conceito de cidadania.
Memorias Póstumas de Brás Cubas carrega até hoje grande força temática, revelando a face de uma “simpática” elite aventureira que, desde o século passado, perpetua-se vivendo a “boa fortuna de não comprar o pão com o suor do rosto”.
Nas palavras de Machado de Assis, pode-se olhar através do distanciamento cínico da critica Machadiana, mais corajosamente nossa triste realidade, com a franqueza que um morto pode olhar seu próprio defunto.
Autor: Machado de Assis
Dramaturgia: Thiago Cardoso e Eduardo Herculano
Direção: Cida Camargo
Contrarregra/atriz: Pamela Martins
Orientação de Montagem e Preparação de Ator: Marylin Clara Nunes
Workshop para suporte literário: Lincoln Cesar
Projeto de Iluminação: Luís Progetti
Operador de Luz: Marcus Andrade
Operador de som: Cida Camargo
Figurinos: Jorge Farjalla
Trilha sonora original e direção musical: Karen Martins
Preparação vocal: Karen Martins
Maquiagem: Junior Benites
Adereços: Thiago Cardoso
Programação visual: Claudio Weser
Produção: Thito Produções e Cida Camargo
Tempo: 60 min
Elenco: Thiago Cardoso